Comunicado do Espaço Mosaico
Aos organizadores e entidades participantes do CaminhaDown São Paulo
Em virtude do convite feito à desembargadora Marilia Castro Neves para comparecer ao evento programado para o dia 25 de março de 2018, no Parque Villa Lobos ficamos muito surpresas e decepcionadas pelo posicionamento equivocado da organização do Caminha Down São Paulo.
Mesmo assim, logo que soubemos do convite via rede social, no dia 22 de março, entramos em contato com a organização para tentar entender a motivação e o objetivo do convite. Além disso, questionamos o fato de publicarem um “convite” em nome de todas entidades participantes, de forma unilateral, sem que fossemos consultadas.
Segundo a organização o “convite aberto” foi a forma que encontraram para conscientizar, que a caminhada seria uma espaço de aprendizagem para a convidada, e que também seria uma provocação. Apresentamos nossa posição, pois entendemos que esta senhora não deve ser provocada ou educada por nós, mas sim repudiada e punida pelos órgãos competentes pelos seus crimes de discriminação, racismo, homofobia e incitação à violência. Uma coisa é “opinião divergente”, outra coisa é crime.
Além disso, nos preocupa a organização afirmar que a caminhada não é um ato político, que não haveria debate e nem espaço para falar sobre esse assunto. Neste sentido, com entendimento totalmente oposto sobre o papel e a importância de um evento como este, NOS RETIRAMOS do Caminha Down São Paulo 2018.
Ainda dá tempo de refletirem e se posicionarem de forma diferente, dada a importância do momento político que estamos vivendo, de um país cada vez mais excludente, sombrio e violento. É preciso nos posicionamos e fazermos enfrentamentos cotidianos, de forma consciente, sem nos alienarmos e nos enganarmos com atitudes e discursos pouco consistente e que não combatem essa realidade perversa e cruel.
Edna Maia e Leide Maia
Espaço Mosaico